A Camerata Lusitana e António Eustáquio apresentam-nos pela primeira vez uma transcrição para a guitarra portuguesa, que confirma as suas possibilidades expressivas como verdadeiro solista capaz de, à frente de uma orquestra de câmara, enfrentar obras de exigente virtuosismo do repertório da época barroca. Após décadas em que o seu papel se limitou essencialmente ao acompanhamento do fado de Lisboa e da canção coimbrã, e de uma primeira “idade de ouro” que Carlos Paredes personificou como ninguém mais, a guitarra portuguesa pode estar agora no início de um novo ciclo, que uma vez liberta da estreita conotação ao fado, a eleve ao estatuto de solista “erudito” e a um novo reconhecimento internacional.